Ciclos de Mudança
O vento sopra diferente,
Traz no ar o peso do agora,
As folhas caem antes do tempo,
E a chuva, que tarda, vai embora.
O céu reflete um grito mudo,
O mar se agita sem razão,
A terra, antes firme, treme,
Clama por nossa atenção.
As geleiras que derretem,
Sussurram histórias de dor,
Enquanto o sol, incansável,
Queima o verde em seu calor.
Mudanças se desenham lentas,
Mas marcam fundo o coração,
Somos parte deste ciclo,
Criadores da transformação.
Ainda há tempo para o gesto,
Para ouvir a Terra a clamar,
Pois no futuro que se forma,
Podemos juntos recomeçar.
O equilíbrio é frágil, é vida,
E a escolha está em nossas mãos,
Seremos parte da solução,
Ou sombras em recordações?
JESSY, Comunidade da Vida.
Canto da Terra e Gente
Quem há de ouvir a terra,
Pisada por pés que não calçam?
E as vozes das margens,
Que sussurram no vento,
Tão leves, tão frágeis,
Como folhas que o rio carrega?
Há nas veias do chão um lamento,
Dos que plantam, dos que sonham,
Mas suas mãos, vazias de poder,
Não tocam a justiça que escorre,
Fugidia, pelos dedos de quem tudo tem.
As florestas não se curvam,
E o mar, em seu canto profundo,
Reclama as lágrimas derramadas
Por povos que o mundo esqueceu.
Na fumaça das fábricas,
Nos campos secos de esperança,
Quem ouve os que vivem na sombra,
Enquanto a riqueza floresce distante?
Ah, mas é na alma da terra,
Que germina o clamor verdadeiro,
E nas vozes que se unem baixinho,
Há um eco que resiste, inteiro.
Justiça há de vir não no ouro,
Mas no cuidado simples e sincero,
No abraço da mãe, na partilha,
Na mão que se estende ao irmão.
Quem dera o mundo soubesse,
Que a terra pede por todos,
E que nas margens esquecidas,
Brota a semente de um futuro
Mais justo e mais humano.
JESSY, Comunidade da Vida.
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